A cetamina mostra-se com até 75% de eficiência no tratamento de depressão resistente. Saiba os detalhes desse procedimento.

A cetamina é o tratamento mais eficaz para depressão resistente unipolar e bipolar, conseguindo reverter casos crônicos de depressão em até 75% dos casos, gerando uma nova esperança para pacientes. Entenda.

A depressão resistente é uma condição de grande sofrimento ao paciente. Muitas vezes, o tratamento convencional não responde mais da maneira que deveria, trazendo prejuízos à vida do indivíduo.

No entanto, o uso da cetamina para o tratamento desse transtorno mental no Brasil deu uma nova esperança aos pacientes. Ela tem se mostrado altamente eficaz no tratamento da depressão unipolar ou bipolar, inclusive ajudando a eliminar a ideação suicida.

Em alguns casos, a melhora é imediata, sendo eficaz em até 75% dos casos e muito mais eficiente que os tratamentos convencionais.

Quando a cetamina é indicada para depressão?

A cetamina é indicada para pacientes com depressão resistente, que caracteriza-se quando a resposta ao tratamento convencional não está sendo significativa ou há alguma intolerância que não permita o tratamento convencional.

Um paciente que enfrenta uma depressão deste tipo, tem sua qualidade de vida prejudicada, uma vez que o tratamento não surte o efeito desejado e traz ainda mais desesperança.

Pessoas com ideação suicida – quando há pensamentos frequentes sobre morte ou desejo recorrente de tirar a própria vida – também podem se beneficiar do tratamento com a cetamina.

Nestes casos, a cetamina apresenta-se como uma excelente alternativa, uma vez que apresenta uma taxa de sucesso de cerca de 75%, considerada bastante alta. Inclusive, em alguns casos, a melhora do quadro depressivo ou da ideação suicida é imediata.

Somente o psiquiatra pode indicar a realização do tratamento com cetamina, de preferência aquele que acompanha e conhece todo o seu histórico de tratamento. Deste modo, ele sabe quais tratamentos podem ser os mais indicados para você e verificar com o corpo técnico responsável pela aplicação da cetamina o melhor para o seu caso.

Você também pode solicitar ao seu psiquiatra mais informações acerca deste tratamento.

Como é um cérebro com depressão?

Antes de irmos mais a fundo sobre como a cetamina age no tratamento da depressão e no que ela se difere dos antidepressivos convencionais, é necessário se compreender de que forma a depressão ocorre no cérebro e o que exatamente ela afeta. Assim, fica mais fácil saber quais os mecanismos necessários para a regressão da doença.

A depressão ocorre no cérebro devido a um desequilíbrio químico, quando a serotonina e a noradrenalina têm dificuldade de realizarem as sinapses, ou seja, serem transmitidos de um neurônio a outro. 

Esses neurotransmissores são responsáveis por funções orgânicas além de serem os responsáveis pela sensação de prazer e satisfação.  O que ocorre, então, é uma quebra na comunicação desses estímulos, impactando diretamente no humor e na percepção do mundo.

O resultado é a redução da capacidade de reação aos estímulos induzidos ao cérebro através das atitudes e percepções, quando a mensagem que passamos através da vivência não consegue ser interpretada da forma correta. Logo, tudo começa a perder o brilho, a graça e uma forte indisposição e tristeza começam a fazer parte do cotidiano.

O que é a cetamina?

A cetamina (ou ketamina) é um potente anestésico que existe há mais de 50 anos e é amplamente utilizada para induzir ou manter o efeito anestésico ou no tratamento de dores intensas dentro de hospitais. 

Foi desenvolvida em 1962 e é considerada extremamente segura, por isso, é utilizada em diversos países para uma série de procedimentos que necessitam de anestesia. Nos EUA, por exemplo, é aprovada pelo FDA, órgão de controle equivalente à Anvisa do Brasil.

No entanto, estudos nos últimos anos têm indicado a cetamina como um fármaco muito eficiente no tratamento da depressão resistente, quando utilizada em doses muito menores do que para fim anestésico e aplicada sob supervisão médica.

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Como a cetamina age no tratamento da depressão?

A forma como a cetamina age no cérebro de um paciente com depressão resistente é diferente em relação à ação dos antidepressivos convencionais. 

Um paciente nesse estado tem suas áreas cerebrais que são responsáveis pelo equilíbrio emocional, aprendizagem e memória altamente danificadas, como se as ligações entre essas áreas estivessem com mau contato ou quebradas.

Enquanto os antidepressivos atuam no sistema nervoso, promovendo a normalização do fluxo de neurotransmissores, a cetamina atua diretamente em outra substância, chamada glutamato, e também auxilia no reparo e reconstrução de circuitos cerebrais, aumentando o número de sinapses. É como se ela produzisse uma ponte para que a comunicação entre eles fosse restabelecida. 

Em alguns casos, a resposta à infusão de cetamina é bem ágil, ocorrendo em intervalo de horas, dada a eficiência do procedimento e da ação da droga no organismo. No entanto, para a maioria dos pacientes são recomendadas sessões, com 8 a 12 infusões semanais.

Mesmo assim, é comum que pacientes relatem melhora imediata já na primeira aplicação.

Como funciona o tratamento com cetamina?

O tratamento com cetamina deve ser realizado com o acompanhamento do seu psiquiatra, inclusive, é ele que deve indicar essa opção para você. Junto às aplicações, você também deve continuar tomando seus antidepressivos normalmente, tudo sempre sob orientação médica. 

O processo de aplicação da cetamina é simples e nada desconfortável. Em um centro especializado como o nosso, o medicamento será administrado por via subcutânea no abdômen e ficará confortavelmente semi deitado em poltrona confortável e apropriada.

Entre a chegada do paciente, aplicação e saída, geralmente passam-se cerca de 2 horas . Durante a aplicação, o paciente pode ficar relaxado e até mesmo ouvir uma música em seus fones de ouvido. 

Algumas sensações, como leveza, leve dormência e sensação de aumento de percepção sensorial podem ocorrer, mas são normais no pico da aplicação, passando antes do paciente ir embora. 

Qual a diferença entre a ação da cetamina e dos antidepressivos?

Uma vez que a depressão é caracterizada pelo desequilíbrio químico no cérebro, diminuindo a disponibilidade de neurotransmissores, os antidepressivos atuam diretamente no aumento, concentração e disponibilidade desses neurotransmissores, como as monoaminas, formadas pela serotonina, dopamina e norepinefrina. Portanto, na lógica, facilita-se a comunicação entre os neurônios, já que há mais substâncias presentes.

Entretanto, pessoas com certo grau de depressão podem apresentar problemas de comunicação entre esses neurônios não apenas pela falta dos neurotransmissores, mas por terem sofrido degeneração que formam as ‘pontes’ para esses neurotransmissores. Portanto, por mais que eles existam, não conseguem se comunicar. 

É aí que entra o diferencial da cetamina, auxiliando na reconstrução dessas pontes, no desenvolvimento neural e na plasticidade sináptica, fatores responsáveis por várias funções cognitivas.

Portanto, quando aplicada em dose menor do que para o fim anestésico, isto é, suficiente para manter as atividades metabólicas do sistema límbico diminuídas, ela consegue atuar diretamente no bloqueio do canal fechado e aberto dos receptores NMDA, por estimular o glutamato.

Estes receptores têm importante parte na sinalização de sensações como a dor e estão presentes no sistema nervoso central e nas fibras nervosas, que levam a mensagem até lá para ser codificada pelo cérebro.

Com isso, a cetamina consegue contribuir fortemente para o reequilíbrio químico necessário, ajudando de forma muito satisfatória vários pacientes com depressão.

Existem riscos e contra-indicações?

São raras as contra-indicações para o uso da cetamina em pacientes com depressão e cada caso deve ser analisado pelo psiquiatra ou equipe médica particularmente. Mesmo assim, esse medicamento possui um ótimo perfil de segurança, ou seja, pode ser administrado sem grandes chances de reações adversas.

Como comprar cetamina?

Até este momento no Brasil, a cetamina tem uso restrito a hospitais e a alguns centros de saúde e clínicas psiquiátricas, como o caso do Instituto de Psiquiatria Paulista. Esta restrição se dá, pois a utilização da cetamina para o tratamento da depressão é relativamente moderna e deve ser realizada apenas após o parecer do psiquiatra de acordo com a necessidade de cada paciente.

Portanto, se você é paciente e acredita que a cetamina pode ser uma boa escolha no seu caso, entre em contato com o seu psiquiatra e discutam a viabilidade deste tratamento.

Por que a cetamina é considerada a nova esperança para a depressão?

Justamente por ser um medicamento seguro e com comprovação científica, surtindo efeito altamente positivo em milhares de pacientes nos países mais desenvolvidos, depressão  resistente unipolar ou bipolar, a cetamina surge como um dos melhores tratamentos da atualidade .

Os relatos dos pacientes que se beneficiaram do tratamento costumam ser tocantes em relação à mudança na qualidade de vida pelo auxílio dado pelo tratamento na superação da doença.

É importante salientar que o tratamento com a cetamina, não pode ser feito em consultório e somente deve ser feito  em um centro especializado e equipado, com a supervisão de uma equipe capacitada e de um psiquiatra.

A cetamina é realidade no Instituto de Psiquiatria Paulista

O Instituto de Psiquiatria Paulista inaugurou o primeiro centro privado para tratamento de cetamina com fins psiquiátricos do país. Em um ambiente totalmente seguro e supervisionado por um psiquiatra, o paciente pode realizar o procedimento de forma tranquila, quando recomendado pelo seu psiquiatra.

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